terça-feira, 28 de julho de 2015

O envelhecer, o desencanto, o tempo, o nada

"Não se pode escrever nada com indiferença". Assim é Simone de Beauvoir em todas as suas obras.  A escritora francesa confirma a sua própria máxima na recém-lançada obra no Brasil “Mal-entendido em Moscou”. O texto foi escrito entre 1966 e 1967, após Simone e seu companheiro, o filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre, visitarem a capital da então União Soviética. A princípio, a novela faria parte do conceituado “Mulher Desiludida”, mas na última hora foi substituída pelo texto “A idade da discrição”.
Os que conhecem um pouco da história do famoso casal certamente reconhecem na narrativa de André e Nicole - dois professores aposentados sexagenários em vista a Moscou dos anos 1960 -, as questões que devem ter angustiado Beauvoir e Sartre.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Filosofia para todos

Escola de Atenas, de Rafael
Desde que comecei os meus estudos em Filosofia, sempre acreditei que os escritos deveriam ser simplificados para que todos pudessem ter acesso e, assim, interessar-se pelos pensadores. Minha ideia nunca foi muito bem aceita entre os acadêmicos e lembro-me que tinha muita dificuldade em ter uma nota mais do que sete com um dos meus professores – por sinal, um dos que eu mais gostava. Uma dessas vezes foi em relação a um trabalho sobre Sócrates. E quando eu o questionei o porquê daquela nota, ele me respondeu: “porque você tem uma ideia completamente diferente da que eu apresentei”. Foi quando eu retruquei: “Achei que estávamos em uma Faculdade de Filosofia e não de matemática”.